O organismo humano funciona como uma orquestra:
cada órgão cumpre o papel de um instrumento. E, quando um desafina, o
corpo todo pode ser afetado. Quando a saúde bucal não está em harmonia,
as bactérias e os fungos naturais dessa região podem se proliferar e
atingir outros órgãos.
Cuidar dos dentes não é apenas questão de estética, e sim de saúde. De acordo com a
American Dental Association (ADA), problemas bucais, como doença crônica gengival (periodontite), podem acarretar inclusive males no coração e nos pulmões.
Diversas doenças sistêmicas – aquelas que eventualmente afetam todo o
organismo – podem ter origem em infecções orais. “Um exemplo é a
endocardite bacteriana, infecção grave das válvulas cardíacas ou das
superfícies do coração, cuja bactéria que causa o problema pode ser
proveniente de falta de cuidados com a higiene oral, como não escovar os
dentes, e de doenças bucais existentes”.
Um caso sério
Entre os problemas bucais mais comuns na população brasileira está a
gengivite, que, quando não tratada, pode evoluir para a periodontite.
Conforme a
Associação Brasileira de Odontologia, menos de 22% de adultos e 8% dos idosos têm as gengivas totalmente saudáveis.
As complicações surgem quando a placa bacteriana não é removida e,
assim, inicia-se a inflamação da gengiva. Suas características mais
conhecidas são a vermelhidão, inchaço e o sangramento.
Quando acumulada por um período maior, a placa começa a endurecer
pela deposição de sais minerais da saliva e dá origem ao cálculo dental –
o tártaro – o qual fica firmemente aderido ao dente. “A escovação já
não é capaz de removê-lo e, se o cirurgião-dentista não atuar, inicia-se
uma destruição progressiva e irreversível das estruturas que sustentam
os dentes: osso alveolar e ligamento periodontal”, alerta a dra.
Fernanda de Paula Eduardo, cirurgiã-dentista da unidade de Transplante
de Medula Óssea do
HIAE.
Assim, um simples problema bucal se transforma em um caso mais sério,
a periodontite. Essa inflamação resulta em sangramento, sensibilidade,
retração da gengiva, mau hálito, mobilidade e pode acabar com a perda
dental. “O grande problema da doença periodontal é que, na maioria das
vezes, se comporta de forma silenciosa e assintomática e, quando o
paciente percebe, já existe um comprometimento severo da estrutura
dentária”, afirma a dra. Letícia Bezinelli.
Cárie dentária
Os problemas bucais não param por aí. Segundo a Associação Brasileira
de Odontologia, 60% das crianças têm cárie, muito comum nessa fase da
vida. É uma doença infectocontagiosa, ou seja, transmissível. A cárie
surge a partir de resíduos alimentares que permanecem em contato com os
dentes e são utilizados pelas bactérias presentes na boca. Assim, surge a
placa bacteriana e, a partir dessa interação, há produção de ácidos que
podem destruir as estruturas dentais.
Se não for diagnosticado rapidamente, esse processo evolui e pode
levar à morte da polpa – nervo responsável pela vitalidade do dente – e
até à formação de um abscesso, coleção de pus com a presença de
bactérias. “Nesses casos, a preocupação é grande, pois existe o risco de
uma infecção local se disseminar para outras partes do organismo”.
Conforme a Associação Brasileira de Odontologia, menos de 22% de adultos e 8% dos idosos têm as gengivas totalmente saudáveis
Entre os motivos que levam ao problema estão sobretudo a má
alimentação, o que inclui a alta ingestão de açúcar, e a falta de
higiene. As orientações para evitar cáries na infância devem começar com
as mães ainda gestantes, pois alguns fatores podem interferir no
desenvolvimento dos dentes do bebê. Determinados antibióticos, como a
tetraciclina, administrados em gestantes ou lactantes podem causar
descoloração ou manchas.
Outros problemas bucais
Apesar de a cárie e a doença periodontal serem os principais e mais
comuns problemas bucais, existem outras complicações que merecem
destaque e alerta. Entre elas:
Câncer bucal (Câncer de Boca)
Mais frequente no lábio inferior, é um tumor que pode afetar todas as
estruturas da cavidade oral. A incidência é alta no Brasil, com mais de
10 mil novos casos por ano, levando ao óbito cerca de 3.500 pessoas. No
início, surge uma ferida na boca que não provoca dor, mas não
cicatriza. Os principais fatores de risco são:
- idade superior a 40 anos
- fumo de cachimbos e cigarros
- consumo de álcool em excesso
- má higiene bucal
- uso de próteses dentárias mal-ajustadas
O diagnóstico precoce é fundamental para a cura. Se houver qualquer
alteração de cor e volume na boca, é necessário procurar o
CIRURGIÃO-DENTISTA
Herpes
Costuma aparecer depois de situações que provocam baixa resistência
imunológica, como estresse. Na fase inicial, o paciente pode apresentar
ardor, coceira e a região fica mais avermelhada. A partir daí aparecem
as vesículas, fase considerada contagiosa. Nesse período, é necessário
atenção para evitar o uso conjunto de talheres, copos, entre outros
objetos.
Mau hálito
Ocorre por inadequada higiene bucal, gengivite, ingestão de
determinados alimentos, como molhos picantes, tabaco, boca seca e
doenças do estômago, fígado e rins. Pode ser mais evidente no período
matutino, devido à menor produção de saliva durante a noite, o que
contribui para a deterioração dos ácidos e de outras substâncias no
interior da boca.
Aftas
São ferimentos na mucosa, de coloração branca e avermelhadas ao
redor. Nao existe uma causa específica para seu aparecimento e podem ser
consideradas uma alteração no sistema imunológico. Duram de uma a duas
semanas.
Cuidados essenciais
Outro fator importante é que
a saúde da boca é necessária para a pessoa desempenhar de forma adequada a mastigação e a deglutição.
Além disso, colabora com a aceitação social e melhora da autoestima,
pois um sorriso harmônico significa não só saúde, mas também bem-estar.
Todos esses problemas podem ser tratados, porém os odontólogos
alertam os pacientes sobre a importância da prevenção e de diagnósticos
prematuros. Para tanto é preciso visitar periodicamente o DENTISTA.
Outro conselho é alimentação saudável, com pouca ingestão de açúcares,
esse é o primeiro passo para a saúde bucal. Há ainda outros fatores
essenciais que devem ser levados em conta: higiene oral correta, por
meio de escovação dos dentes e da língua, uso de fio dental, para
alcançar regiões que a escova não alcança, e uso de enxaguatório bucal.
Fonte: Site einstein.br